"Sobre Mulheres"

Ser mulher é acreditar sempre. É... Seguir em frente quando todos param! Acariciar e dar colo! Dividir-se em muitas sem deixar de ser uma, a mais importante! A mulher acontece, encanta, muda, nasce, floresce, cuida, cria, sente, beija, escuta, vê, brinca, brinca e brinca com a vida... e vive!



Mulher ahhh... Mulher

Ah, que a mulher dê sempre a impressão de que se fechar os olhos
Ao abri-los ela não estará mais presente
Com seu sorriso e suas tramas. Que ela surja, não venha; parta, não vá
E que possua uma certa capacidade de emudecer subitamente e nos fazer beber
O fel da dúvida. Oh, sobretudo
Que ela não perca nunca, não importa em que mundo
Não importa em que circunstâncias, a sua infinita volubilidade
De pássaro; e que acariciada no fundo de si mesma
Transforme-se em fera sem perder sua graça de ave


(Vinícius de Moraes)


Mulheres Poderosas acreditam em milagres. Só não deixam de viver enquanto eles não acontecem.

Então, praia, sol, boa conversa, bom vinho e...

Sem esquecer o filtro solar e todos os outros protetores pro corpo, pra alma e pro coração.

Usem filtro solar, camisinha, sinto de segurança, paraquedas, óculos escuros, salva vidas...

No mais, permitam-se viver, deixem o que seja ser e apliquem o auto respeito:

Amem-SE, com a certeza que não é DANDO que vamos receber o amor que desejamos.

Esse, acontece quando menos esperamos, nos pega de surpresa.

Mulheres Poderosas não esperam o amor de um homem chegar para serem felizes, são felizes porque aplicaram o milagre de se bastarem, conquistando a independência emocional.

O milagre acontece com um trabalho diário, reforma íntima.

Mulheres Poderosas reinventam-se, renascem, repaginam-se com as experiências vividas, lições aprendidas.

Não é fácil ser uma Mulher Poderosa.

Mas eu garanto:

É uma delícia!!!





...

Mesmo a mulher mais sincera esconde algum segredo
no fundo do seu coração.

Emmanuel Kant

Uma modelo - Muitos olhares






Simone Bilhalva Fotografia


O olhar da juventude...


Tão bom viver dia a dia...
A vida assim, jamais cansa...

Viver tão só de momentos
Como estas nuvens no céu...

E só ganhar, toda a vida,
Inexperiência... esperança...

E a rosa louca dos ventos
Presa à copa do chapéu.

Nunca dês um nome a um rio:
Sempre é outro rio a passar.

Nada jamais continua,
Tudo vai recomeçar!

E sem nenhuma lembrança
Das outras vezes perdidas,
Atiro a rosa do sonho
Nas tuas mãos distraídas.

(Mário Quintana)


Fragmentos Sobre Mulheres

Soihet, sobre o silêncio do corpo feminino:

A vida sexual feminina, cuidadosamente diferenciada as procriação também permanece oculta. O prazer feminino é negado, até mesmo reprovado: coisa de prostitutas. A noite de núpcias é a tomada de posse da esposa pelo marido, que mede seu desempenho pela rapidez da penetração: é preciso forçar as portas da virgindade com se invade um cidade fechada. (SOIHET,2003,p.16)



Tenho uma enorme admiração pelo feminino...


... por tudo que a mulher é, pela força contagiante que ela emana.
Mulher não tem idade, todas são belas, no olhar, nas suas formas, charmosas, seres fascinantes, que tenho a felicidade e a honra de poder fotografar.

Edgar Neumann
Fotógrafo especializado na fotografia de nu, sensual, teatro, e book.

www.edgarneumann.com.br






Fragmentos Sobre Mulheres

A figura do feminino está presente na sociedade desde os primórdios da civilização, na Bíblia, o livro originário da civilização cristã, no Gênesis, capítulo que narra a criação do mundo, a mulher já tem sua imagem sendo construída como também sua posição no contexto social.

No capítulo 2, Gênesis, da Bíblia, versículo 18, coloca-se uma explicação para a existência, para a criação da mulher : (...) E Deus disse: não é bom que Adão esteja só. Far-lhe- ei uma adjuvante apropriada. (...) , e assim criou Eva, a mulher, a partir da costela de Adão. A partir da parte de um homem a mulher foi criada, traçando-se assim o seu primeiro lugar na sociedade, o de um ‘anexo’ ao homem, alguém que deveria acompanha-lo e não deixar com que se sentisse sozinho.

Depois de algum tempo, a mulher passou a ocupar o papel de esposa, de mãe,de dona de casa e foi construída toda uma imagem que associava toda mulher a uma boa mãe e a imagem de mãe a de uma doce mulher.

>>>Nader(1997) coloca:
(...) por tradição histórica, a mulher teve a sua vida atrelada à família, o que lhe dava a obrigação de submeter-se ao domínio do homem, seja seu pai ou esposo. Sua identidade foi sendo construída em torno do casamento, da maternidade, da vida privada- doméstica e da natureza à qual foi ligada (NADER, 1997, P. 59)


>Nesse contexto, a mulher ocupou sempre o lugar de obediência ao seu marido e a ela sempre foi atribuída uma inferioridade com relação ao homem, acreditava-se que a mulher era incapaz de exercer qualquer tipo de atividade diferente das atividades domésticas e do cuidado com os filhos, acreditava-se que estas atividades faziam parte da natureza da mulher, estavam intrínsecas ao ser mulher.Desta forma, legitimava-se a superioridade do homem e se assegurava o poder dado a este desde a criação do mundo.
Com o tempo, esse papel de esposa, mãe, companheira submissa ao homem, vai sofrendo mudanças. No Brasil Colônia, as mulheres ocupavam essa posição, eram criadas para
casar e terem filhos e a única finalidade do casamento era a procriação. Casava-se por acordos familiares de interesses mútuos e a função do casamento era a de gerar grandes famílias, em que a mulher era responsável por toda a organização.
As mudanças do mundo e as mudanças na sociedade trouxeram a possibilidade de questionarem seu papel e de se posicionarem como um sujeito com desejos e necessidades, uma pessoa em sua subjetividade. Assim, foi se desconstruindo uma imagem da mulher delicada e doce sempre submissa e a espera de seu marido. Aos poucos as mulheres foram traçando novos caminhos e dando novas configurações ao seu papel, ao ser mulher.

Com o tempo foi se desconstruindo a ligação biológica, sexo feminino/mulher/sexo frágil e com os estudos de Gênero, e o uso político do termo para as lutas contra as desigualdades sociais e desnaturalização das verdades, as mulheres puderam se engajar na luta por uma identidade desvinculada de verdades pré-construídas.

Nesta luta, as mulheres passaram a buscar fora da proteção do lar novos sentidos para a sua vida. Começaram a exercer a atividade profissional e a buscar seus direitos como cidadãs. O trabalho feminino foi conquistado fora do contexto doméstico e as mulheres passaram por uma evolução no seu papel social.

> Com o advento do Capitalismo (séc XVIII –XIX), surgiram as primeiras fábricas e as mulheres passaram a ter representatividade como força de trabalho e assim a viver uma dupla jornada, pois sua entrada no mundo do trabalho não anulou as atividades domésticas e nem os papéis de mãe, de esposa, destinados a ela.
Elas também passaram a lutar por seus direitos, pela regulamentação das leis trabalhistas e segundo Del Priore(1997), após várias lutas elas conseguiram alguns direitos como : o salário, o direito a licença maternidade, melhores condições de trabalho, o voto e o reconhecimento como cidadãs.

>A onda feminista dos anos 60 contribuiu para o surgimento de pesquisas históricas sobre mulheres, havendo portanto contribuições recíprocas entre a história de mulheres e o movimento feminista, que foi o precursor da busca pela independência feminina e pela busca de seu lugar na sociedade. Esses movimentos possibilitaram às mulheres mostrarem suas capacidades e potencialidades antes reservadas ao contexto doméstico.

>>>> Nader(1997) coloca:
(...) se antes o espaço doméstico era tido como naturalmente feminino e a mulher sustentada pelo homem, agora são as mulheres que detêm grande parte do controle sobre os recursos familiares e desempenham um papel fundamental na vida econômica da família(...) o tratamento dado ao trabalho fora de casa passou a ser para a mulher o sinal concreto de sua emancipação.(NADER,1997,p.132)


Nesse mesmo contexto histórico, ocorre uma revolução sexual, a sexualidade feminina passa a ser reconhecida. O prazer feminino tem sua existência reconhecida com o romantismo e com as transformações dele advinda. O tabu social da virgindade cai e um novo tipo de casal passa a surgir, com uma sexualidade aceita e trabalhada, em que o homem passa a ficar mais atento à sua mulher e se coloca a questão da sexualidade como exigência para continuidade da relação.
A descoberta da pílula anticoncepcional, na segunda metade do séc XX, marcou o fim do controle masculino sobre a sexualidade feminina. As mulheres descobriram o prazer do sexo e como Badinter(1986) coloca, a confiança recíproca passou a substituir o controle e a repressão.
A sexualidade se separa então da procriação e as mulheres passam a uma posição de sujeito desejante com necessidades a serem satisfeitas.
A mulher, em épocas anteriores, precisava da união conjugal como uma forma de se estabelecer e se sentir realizada, pois o casamento representava a segurança e a respeitabilidade, o casamento lhe conferia identidade.
Com o romantismo, o casamento passa então a se firmar na escolha mútua; deve –se casar com quem se entenda bem. Surgem as declarações de amor entre os casais e o afeto passa a ser expresso pelas pessoas. Pode-se vivenciar o prazer e falar de sexo com tranqüilidade, linguagem e consciência vão se libertando.

>>>>A partir disso Badinter(1986) coloca:
(...) posse do mundo exterior, as mulheres põem fim a divisão sexual dos papéis, e à oposição milenar entre a vida no lar que outrora lhes era reservada, e a vida profissional que pertencia obrigatoriamente aos homens. Enquanto que na sociedade patriarcal, a mulher é mãe em primeiro lugar, responsável pelas tarefas de sobrevivência e pelo poder doméstico, a nova sociedade, ao embaralhar os papéis da mulher, atenta contra uma das mais antigas características masculinas.(BADINTER,1986, p.193/4)
(...)as certezas não faltavam. Ela dava a vida e ele a protegia. Ela cuidava das crianças e do lar. Ele partia para a conquista do mundo e guerreava quando necessário. Essa divisão das muitas tarefas tinha o mérito de desenvolver em cada um características diferentes, que contribuíram, com muita força, para formar o sentimento de identidade (BADINTER,1986, p.13)


A partir disso, podemos compreender a formação da identidade feminina, que se deu de forma negativa, em um papel de subordinação ao homem. Esta identidade foi construída por muito tempo e de diversos pontos de vista, seja do ponto de vista cultural que definiu um campo específico para sua atividade, seja do ponto de vista religioso que diz que esta foi criada a partir da costela de Adão e assim a identifica como um subproduto do homem, ou da visão biológica que a define como inferior por sua força física, todas estas visões submeteram a
mulher por muito tempo a esse papel de subordinada e a fizeram aceitar a posição de inferioridade na sociedade.

>>>>> Sobre a identidade da mulher, Carneiro(1994) coloca:
(...)um projeto em construção que passa(...) pela montagem destes modelos introjetados de rainha do lar, do destino inexorável da maternidade, da restrição ao espaço doméstico familiar e o resgate de potencialidade, abafado ao longo de séculos de domínio da ideologia machista e patriarcal.(CARNEIRO,1994,p.188)
É importante ressaltar que as mudanças no papel da mulher e na construção de sua identidade ocorrerem a partir de um processo, em que a mudança de valores está atrelada a uma mudança nos papéis, na família, na feminilidade e na masculinidade. Mudanças políticas que possibilitam um novo olhar sobre as relações de gênero e sobre as construções de identidade na nossa sociedade.
Este processo é lento e angustiante e não linear em todos os aspectos, o passado não é totalmente deixado para trás e é ele que concretiza o presente e dá alicerce para o futuro. Estas mudanças refletem em todos os setores da sociedade e assim também na arte, na visão que os artistas tem sobre as mulheres e na representação do feminino para os artistas de cada época.