"Sobre Mulheres"

Ser mulher é acreditar sempre. É... Seguir em frente quando todos param! Acariciar e dar colo! Dividir-se em muitas sem deixar de ser uma, a mais importante! A mulher acontece, encanta, muda, nasce, floresce, cuida, cria, sente, beija, escuta, vê, brinca, brinca e brinca com a vida... e vive!



HISTÓRIAS DE VIDA

Todos têm histórias para contar enquanto não adormecem para o mundo. Porém, é mais simples contar as histórias alheias.

Histórias infinitas, em sua maioria infelizes; traição, exploração, solidão, violência e um triste quadro mundial: a depressão.

Em algum canto do mundo, existem senhoras humildes, que esfregam roupas na pedra e colocam no varal para secar no céu esplendoroso. Histórias de senhoras conhecedoras de receitas de doces em compotas, carregadoras de baldes d´água que ilustram o chão das casas, senhoras escravas inconscientes de seus maridos. Nunca disseram serem depressivas porque não sabiam o significado do termo, morriam resignadas em seus humildes leitos.

E os partos? Ah, quantas sofriam, sem atendimento adequado, sangravam até a morte!

Histórias de cura, elixir da alegria? Qual o remédio para a felicidade?Consumismo é sinônimo de alegria? Tome um banho, visite todas as lojas que seus olhos possam cobiçar, e compre; compre roupas, sapatos, joias, perfumes, casas, carros...

Algumas experiências de vida são memoráveis, outras são trágicas. Histórias traiçoeiras, como as cobras, réptil útil, cujo veneno a ciência transformou em medicamento, algumas têm o veneno mortal, como muitas línguas humanas.

Para os idealizadores, não basta uma existência livre de impurezas, qual o sentido em ser insosso?

Nasci, tive essência de criança, amadureci, tornei-me adulta. Dormindo, eu sonho, quando desperto, vejo a dureza do mundo, janelas que se quebram.

Quero contar muitas histórias de vida, ser anciã, centenária, pois quanto mais envelhecer, mais histórias terei para contar.

Esse é o segredo da vida: envelhecer para contar histórias, pois os que morrem jovens, desaparecem como estrelas cadentes, com uma breve história.


Maria Estela Ximenes

É professora da Rede Pública de Ensino.

Apaixonou-se pela Literatura desde a tenra idade.

Formou-se em História na Universidade Braz Cubas, em Mogi das Cruzes.

Nas horas livres lê incansavelmente e escreve crônicas, gênero que aprecia.