E elas não estão só praticando: vêm demonstrando talento e segurança nas coberturas jornalísticas em todas as mídias.
Entendem de basquete, rali, Fórmula-1, futebol, e, em geral, torcem também.
Mariana Becker, repórter e apresentadora da TV Globo, começou carreira na Geral, mas, no dia-a-dia, “achava muito mais graça na leveza, na luta, na emoção do esporte”.
Diz que enveredou na editoria por prazer e cobriu todas as modalidades que lhe foram pautadas, além de ter feito “muitas viagens longas e contemplativas, que pediam papel e caneta”:
— Daí veio o hábito de escrever sobre o que vejo e gente que conheço. Mas, para ser uma candidata à editoria, é preciso ler muito, ser curiosa, ter desenvoltura, interesse e predisposição para trabalhar pra valer e se deixar absorver pelo jornalismo.
Nas horas vagas, Mariana surfa — “praticar esporte mantém a sanidade mental”, diz.
No trabalho, gosta de cobrir esportes radicais, “porque têm muito mais imprevistos e costumam ser praticados em ambientes naturais”.
Quando a pauta envolve viagens, aproveita a oportunidade para estudar a cultura e a geografia, desenhar o roteiro da história, escolher a trilha sonora e “tudo mais que a produção de um quase minidocumentário envolve”:
— Por outro lado, a adrenalina diária de se fazer uma matéria com pouco tempo para apurar e concluí-la tem um gosto especial. Provar a própria agilidade com o tempo limitado é um exercício
Glenda Kozlowski, apresentadora do “Esporte espetacular — Edição São Paulo”, entrou por acaso no jornalismo esportivo. Queria fazer teatro, mas a mãe não gostava da idéia. Em 1992, foi convidada pelo SporTV para apresentar o programa “360º” e acabou se apaixonando pela profissão. Atleta profissional de body-boarding — conquistou quatro títulos mundiais, cinco brasileiros, dois norte-americanos e três australianos —, hoje Glenda pratica vários esportes, como natação, tênis e vôlei, e anda de skate com o filho:
— Adoro me exercitar. Esporte é minha vida e meu trabalho. Consegui me realizar.
Sanny Bertoldo, única mulher da editoria no Globo, faz o que sempre quis, mas acredita que, mais do que a paixão pela atividade, é preciso ter disponibilidade:
— Os plantões são pesados e a carga horária varia de acordo com o horário das competições. Também não faz sentido dizer que os repórteres de esporte são menos preparados que os de outras editorias, para as quais muitas vezes fazemos matérias.
Para ser jornalista, é necessário ter bom texto e boa apuração e, principalmente, saber discernir o que é notícia.
(Associação Brasileira de Notícias)